A Junta de Freguesia de Campo e Sobrado é a nova estrutura orgânica da administração local da União de Freguesias de Campo e Sobrado no âmbito da Lei n.º 11-A/2013, de 28 de janeiro, que procede à reorganização administrativa do território das freguesias, através da criação de freguesias por agregação ou alteração dos limites territoriais.

 

Embora esta nova configuração seja uma realidade recente, as freguesias de Campo e Sobrado têm a sua própria história e património cultural.

 

De origens obscuras, S. Martinho do Campo é citado nas inquirições de 1258 e, ainda hoje, o nome da freguesia é enganador. Pinho Leal considerava-o de origem celta e, talvez para o distinguirem da homónima de Santo Tirso e outras terras de S. Martinho, aqui omitiram o padroeiro, havendo memória dela no ano 797.

 

Segundo a corografia Moderada do Reino de Portugal de 1875, S. Martinho do Campo vinha referenciado com o nome de Recezinhos de Ponte Ferreira, como pertencente à Abadia do Convento de Vilela que passou depois para a alçada do Bispo e foi integrada no então Concelho ou Julgado de Aguiar de Sousa.

 

Na gente simples e crente, abundam as lendas e tradições num sentido de vida religiosa, característica de uma sã ruralidade. De mãos francas, predispostas para o trabalho, este povo laborioso soube aproveitar as riquezas naturais da sua terra explorando do subsolo a ardósia, as quartzites, o antimónio, o volfrâmio; utilizar a força da água do seu Rio Ferreira; cultivar a terra – produzindo milho, vinho, feijão, batata, legumes – fomentar indústrias criadoras de riqueza, de que são exemplo a da moagem, panificação, têxteis, transformação de ardósias, móveis ou metalomecânica, e intensificar, de forma diversa, os circuitos comerciais. Em suma, soube construir o progresso e garantir o futuro.

 

Por sua vez, a Paróquia de Santo André de Sobrado, em 1879, possuía “huma linda caza para Eschola Régia de Instrução primária, hum bom cemitéria e huma elegante Igreja, porem huma grave falta de huma torre para os sinos”.

 

A ata de 13 de Setembro, desse mesmo ano, dá a notícia de que chegado “do Rio de Janeiro um bom patrício o Ill.mo Snr. Jozé dos Santos Ferreira proprietário e capitalista…que tendo imenso dezejo de beneficiar a Igreja onde foi baptizado, e conhecendo a grande necessidade de huma torre para colocação dos sinos e relogio, vem…pôr à disposição da mesma a quantia de setecentos mil reis”.

 

Pelas Inquirições Gerais de 1258 sabemos que o atual concelho se repartia, à data, entre o Julgado de Aguiar de Sousa – que incluía S.Martinho de Campo e Sobrado – e o Julgado da Maia, onde se incorporavam S.Vicente da Queimadela, Valongo e S.Lourenço de Asmes.

 

Com a criação do Concelho de Valongo, em 1836, foram criadas as freguesias de Campo e de Sobrado. No ano de 2001, as aldeias de Campo e de Sobrado são elevadas a Vila.

 

Após o processo de reorganização administrativa, e das eleições autárquicas de 29 de Setembro de 2013, a Junta de Freguesia de Campo e Sobrado ganhou vida.